Quando o assunto é “recrutamento e seleção”, o debate costuma girar em torno do que a empresa deve fazer para encontrar e contratar os candidatos mais adequados. Mas, por outro lado, profissionais de alta performance também avaliam a empresa que o está considerando para uma vaga. Por isso mesmo, é fundamental que haja transparência no processo de recrutamento e seleção.
Siga a leitura, entenda melhor a questão da transparência nas organizações e saiba como a tecnologia pode contribuir para conectar sua empresa e os profissionais mais alinhados à sua cultura.
Vivemos em uma caixa de vidro
Em um relatório recente, a Trendwacthing, referência global em pesquisas de tendências de consumo e mercado, identificou que a transparência é uma demanda cada vez mais forte para as empresas de diversos segmentos.
E essa é uma movimentação mundial!
Se, antes, o que acontecia em uma empresa “morria” internamente,
hoje, é como se as organizações vivessem em uma caixa de vidro: a todo momento seus valores e culturas são expostos ao público. Qualquer ação – positiva ou não – pode se espalhar mundialmente depois de alguns cliques nas redes sociais.
“Hoje, a comunicação entre pessoas e empresas está mais integrada do que nunca, o que significa que quem não apostar na transparência vai sentir impactos imediatos em suas empregabilidade ou contratações”, avalia Rodrigo Sahd, General Manager da Foursales Group.
A tecnologia na era da transparência
O papel que a tecnologia tem nesse cenário focado na transparência é inegável. Sem o nível de conectividade atual, que permite esse compartilhamento de informações, não seria possível que os profissionais avaliassem as empresas. As redes sociais são o exemplo mais clássico de como a tecnologia pode ajudar as pessoas a olharem para a “caixa de vidro” das organizações.
Além disso, já existem ferramentas focadas especificamente em oferecer informações relevantes para os profissionais que desejam analisar empresas. Um exemplo é o site Love Mondays, que publica avaliações de organizações feitas pelos colaboradores (e ex-colaboradores) delas.
Luciana Caletti, CEO e cofundadora da solução, explica que o objetivo da plataforma é ser uma comunidade colaborativa em que os profissionais possam compartilhar informações sobre salários e ambientes de trabalho para ajudar outros profissionais a tomarem melhores decisões de carreira.
“Para os candidatos, é uma forma de tomar uma decisão de carreira bem informada, sabendo o que esperar de determinada empresa. Para as empresas, é uma maneira de mostrar sua cultura e trabalhar o employer branding, atraindo assim os candidatos que tenham a ver com seus valores”, explica Luciana, em entrevista exclusiva à equipe de Jornalismo da Foursales.
Sahd acredita que esse tipo de plataforma é um reflexo das principais demandas dos profissionais da atualidade, especialmente daqueles de alta performance. “Candidatos bons são os que mais avaliam as empresas na hora de aceitar ou não um projeto, o que torna ferramentas como o Love Mondays quase essenciais para empresas que querem garantir os melhores candidatos em seus processos seletivos”, analisa.
Por outro lado, é importante ter em mente que, ao estar presente nesse tipo de plataforma, a empresa está sujeita a receber críticas.
Mas isso não deve ser visto apenas como um problema. Afinal, esse canal pode ser uma excelente maneira de comunicar os valores e a cultura da empresa, além de oferecer uma
oportunidade de entender melhor pautas subjetivas e de difícil tangibilidade, tais como a percepção de clima organizacional, meritocracia, equidade, entre outros. “Empresas maduras respeitam uma lógica similar a de pessoas maduras, ou seja, não podem ter medo de enfrentar e trabalhar com a realidade dos fatos para estar em constante melhoria”, aponta Sahd.
O que os profissionais brasileiros mais valorizam
Além dos comentários publicados pelos profissionais em relação às empresas em que trabalham, o site faz uma média de satisfação em relação a diversos fatores. A pontuação é de 1 a 5, sendo 1 “muito insatisfeito” e 5 “muito satisfeito”.
As médias nacionais são:
- Satisfação geral: 3,5
- Oportunidades de carreira: 2,92
- Cultura da empresa: 3,22
- Qualidade de vida: 3,19
- Remuneração e benefícios: 3,29
No que se refere especificamente ao cargo de vendedor, é possível identificar que esses profissionais valorizam mais a cultura da empresa do que a remuneração ou as oportunidades de carreira na organização.
Estes são os índices de satisfação dos vendedores, de acordo com a plataforma Love Mondays:
- Satisfação geral: 3,44
- Oportunidades de carreira: 2,89
- Cultura da empresa: 3,29
- Qualidade de vida: 2,96
- Remuneração e benefícios: 3,13
Em um levantamento feito recentemente com o objetivo de entender o que mais as pessoas elogiam e sobre o que mais reclamam em seus empregos, o site identificou que:
Os pontos positivos mais apontados foram:
- Ambiente de trabalho.
- Benefícios.
- Competências dos colegas.
Por outro lado, os fatores que mais geram insatisfação são:
- Salário.
- Benefícios corporativos.
- Falta de qualidade de vida.
Se a sua empresa ainda não investe na transparência como uma ferramenta de atração, seleção e retenção dos melhores talentos, está na hora de reavaliar seu posicionamento.
Seja por meio de ferramentas como o Love Mondays ou por outros canais (como blogs e redes sociais), sua marca está o tempo todo sendo exposta ao julgamento e à avaliação do público. Quanto mais transparente a organização for em relação à sua cultura e aos seus valores, mais profissionais (e clientes) qualificados e alinhados com o seu propósito ela irá atrair.