Burnout: como o RH pode contribuir para a prevenção

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O Burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, passou a ser categorizado como doença ocupacional em 1º de janeiro de 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Antes caracterizado como transtorno psiquiátrico, agora no texto da CID 11 – Classificação Internacional de Doenças, a síndrome foi oficializada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.

Na prática não há uma mudança significativa, pois o diagnóstico da doença já permitia o afastamento da empresa, contudo a classificação pode facilitar o reconhecimento pelo INSS, por ser a única síndrome relacionada diretamente ao trabalho. 

Durante a pandemia esse assunto ganhou mais importância, uma vez que os números da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho mostram que afastamentos por doença ocupacional bateram recordes e a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez por transtornos mentais e comportamentais também aumentaram significativamente. Uma pesquisa do Centro Americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontou que 37% das pessoas afirmaram estar ansiosas ou deprimidas, dado que, antes da pandemia, em 2019 era de apenas 11%. 

“Sem dúvidas a pandemia contribuiu para que muitos profissionais, das mais diversas categorias, chegassem a fechar um quadro clínico de Burnout. O cenário postulado trouxe incertezas e medo, retirando a sensação de controle e segurança, seja pelo receio em relação com a própria saúde e daqueles que amamos ou pelos fatores econômicos. Além disso, o impacto na relação de trabalho ficou evidente, a migração forçada para o modelo home office gerou uma série de consequências, modificando lares para transformá-los em escritórios, afetando diretamente nos importantes rituais de início e encerramento do trabalho dificultando a separação da vida pessoal e profissional”, relata Henrique Moraes, Human Resources Leader, da Foursales.

Essa mudança de categorização da doença coloca em evidência o cuidado que as empresas precisam ter com a saúde mental dos colaboradores. Por mais que exista a autorresponsabilidade do próprio profissional de estar atento a sua saúde mental, as empresas têm a obrigação de proporcionar um ambiente corporativo saudável, agradável e que favoreça o bem-estar do funcionário. 

“Pouca conscientização sobre saúde mental e maus hábitos no home office impactam diretamente em como o profissional percebe as relações de trabalho e podem, sim, contribuir para o aparecimento de doenças mentais. A cultura e o clima organizacional pouco acolhedor, por vezes até agressivo, a falta de empatia por parte dos líderes, comunicação ineficiente não transmitindo expectativas ou trazendo luz às tomadas de decisão da empresa são algumas das atitudes que prejudicam a saúde mental”, explica Moraes.

Dessa forma, a preocupação com o bem-estar dos colaboradores precisa ser constante. Ações pontuais voltadas à saúde emocional não surtem o efeito necessário, uma vez que o Burnout não é algo que surge de um dia para o outro, é preciso trabalhar frequentemente nessas questões. “A empresa deve buscar criar uma noção de segurança psicológica, construindo uma cultura amistosa, aberta ao diálogo, que haja de maneira empática, desenvolvendo diversas estratégias de comunicação e interação entre os membros do time. Idealmente desenvolvendo ações voltadas de promoção a saúde mental, conscientizando as equipes e incentivando práticas como atividades físicas e acompanhamento psicológico”, complementa o Human Resources Leader, da Foursales.

Além disso, a organização que propicia um ambiente positivo ganha em produtividade e fortalece o comprometimento do colaborador. O profissional satisfeito, feliz, menos estressado tem a tendência a produzir mais e melhor. Por isso se torna cada vez mais importante essa atenção da gestão em proporcionar o bem-estar da equipe. 

Algumas atitudes que podem ser tomadas por parte da liderança são: 

  • Palestras e workshops que abordem a questão da saúde mental
  • Benefícios como planos de saúde e cobertura psicológica
  • Incentivo a atividades físicas, como programas de academias, e profissionais que oferecem exercícios laborais e atividades recreativas
  • Momentos de lazer entre a equipe
  • Campanhas que envolvam os familiares dos colaboradores 
  • Um canal ativo de feedback 
  • Estímulo à interação entre equipes, lideranças e colaboradores
  • Avaliação de resultados e melhorias de ações 

Você já aplica algumas dessas ações para evitar o Burnout em sua empresa? Deixe nos comentários como você tem feito para proporcionar mais saúde mental aos seus colaboradores. 

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