Todas as etapas do processo seletivo precisam ter cuidados específicos e seguirem uma metodologia pré-definida para que os objetivos sejam atingidos. Uma delas, que nem todos utilizam nos processos de seleção de profissionais, é a busca por referências. E ela é muito valiosa, pois entender o candidato pela visão de outras pessoas que trabalharam com ele, pode ampliar a compreensão sobre suas competências e habilidades profissionais e pessoais.
A fase de busca por referências pode ser decisiva em um processo seletivo, pois é possível esclarecer algumas dúvidas que apareceram na entrevista e ampliar o entendimento quanto às técnicas que o candidato afirmou dominar, além de abordar aspectos comportamentais do mesmo, que são muito importantes atualmente, ou seja, soft e hard skills que não ficaram tão claros somente na conversa com o candidato.
“Quando estamos entrevistando um candidato, ele está se esforçando para mostrar seus pontos fortes, ‘para se vender’, o que é natural. Ele não expõe abertamente suas dificuldades ou pontos de desenvolvimento, contudo quando conversamos com um gestor que, por exemplo, trabalhou anos acompanhando aquele profissional, conseguimos extrair informações valiosas para entender se ele realmente será adequado para a vaga que queremos preencher”, explica Liuz Medeiros, Senior Partner & CSM at Foursales.
É comum que alguns recrutadores peçam aos candidatos os contatos de suas referências, e esse ato já pode entrar como uma parte da avaliação. “Quais contatos essa pessoa passou? Quantos contatos em relação a quantidade de empresas que trabalhou? A referência é um gestor que trabalhou há muito tempo com a pessoa ou é recente? Essas são algumas das questões que podem servir para uma avaliação qualitativa já no início dessa fase”, exemplifica Medeiros.
Também é possível que o recrutador peça especificamente os contatos de alguns gestores ou pares que averiguou a partir do currículo, e a decisão do candidato de enviar os contatos, também pode ser um elemento avaliativo. “Todos os detalhes são importantes para analisar o profissional, isso faz a diferença entre um recrutador bom e de alta performance. Verificar as nuances, as entrelinhas, de todo o processo pode ser muito significativo”, orienta o CSM da Foursales.
A recomendação é que sejam abordadas duas ou mais referências, que de preferência sejam de empresas diferentes, e é válido colocar em perspectiva a qualidade das referências para não ser injusto com o candidato. É importante analisar quem são essas referências, tempo de cargo, carreira, tempo em que acompanhou o profissional, entre outros detalhes para aumentar ainda mais a compreensão sobre o candidato. “Também incluo em meu processo seletivo perguntar para o próprio candidato como era o relacionamento com essa pessoa que vou entrar em contato, e até mesmo o que ele acredita que a pessoa irá falar sobre ele para mim. Esse pode ser um outro critério qualitativo a ser considerado”, salienta o CSM.
Além disso, um fator importante, é que para todas as referências profissionais questionadas exista um mesmo padrão de perguntas, assim será possível compará-las com mais assertividade. “É primordial que o recrutador tenha um roteiro estruturado de perguntas que permita padronizar a avaliação de referências, para ter respostas sobre o mesmo tema oriundas de pessoas diferentes, e assim conseguir ter um padrão de comparação”, explana Medeiros.
Existem algumas perguntas que já são mais comuns na tomada de referências, mas um diferencial é trazer questões específicas da área de atuação do profissional e que também estejam dentro do que o cargo a ser preenchido exige, ou seja, as competências estruturais da vaga. Por isso é recomendável que o recrutador prepare perguntas extras e específicas além do roteiro padrão, pensando na posição e, individualmente, para avaliar o candidato em questão.
Ademais, é relevante que o recrutador trabalhe com perguntas amplas, que instiguem a pessoa que é referência profissional do candidato a falar características descritivas, esmiuçadas e que possam ser analisadas em detalhes. Assim como fazer perguntas fechadas que vão contribuir a relacionar todas as perguntas, como por exemplo “em que posição colocaria este profissional em um ranking de performance comparando ele e os pares dele, na época? Se ele não tinha pares ou a comparação não faz sentido, em que posição em um ranking o colocaria comparando ele com outros profissionais de mesma função que você já geriu em sua carreira?”, com essas respostas – abertas e fechadas – a conclusão sobre o desempenho e perfil do candidato será ainda mais representativa.
“Outro ponto crucial é que essa conversa seja feita ao vivo ou por telefone, e não por e-mail ou mensagem, pois assim é possível eliminar interpretações errôneas e corrigir a assimetria de informações”, alerta Medeiros. O papel do recrutador em ser observador, escutar com empatia, estar atento aos mínimos detalhes fará com que a etapa de entrevista com as referências profissionais se torne um elemento fundamental na decisão da candidatura do profissional.
Nos processos seletivos conduzidos pela Foursales, consultoria de R&S do grupo The Foursales Company, que é especialista em posições de vendas e marketing, as referências profissionais com ex-gestores são uma etapa crucial da avaliação dos candidatos. Em todos os processos seletivos são utilizadas referências profissionais. Dessa forma, se a sua empresa está precisando aperfeiçoar as técnicas de R&S e/ou conduzir um processo seletivo com extrema rigorosidade avaliativa, entre em contato conosco que estamos preparados para ajudar.