Inteligência digital: A inteligência do futuro

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QI (Quociente de Inteligência) e QIE (Quociente de Inteligência Emocional) são conceitos amplamente difundidos e você provavelmente já se pegou pensando sobre a importância dessas duas inteligências para o seu sucesso profissional. Mas a verdade é que outro elemento entrou nessa equação recentemente e precisa ser levado em consideração por quem deseja se manter relevante em um mercado cada vez mais centrado na tecnologia: é a chamada Inteligência Digital.

O que é inteligência digital?

Inteligência digital não diz respeito apenas às habilidades de usabilidade que uma pessoa tem em relação às ferramentas digitais – saber como usar o computador ou explorar os recursos dos smartphones, por exemplo. Esse quociente é resultado da análise de aptidões mais amplas no relacionamento entre pessoas e tecnologias.
De acordo com o DQ Institute, “inteligência digital é a soma das habilidades técnicas, mentais e sociais que permitem um indivíduo encarar os desafios e se adaptar às demandas da vida digital”.
A organização, que é focada na formação de uma nova geração com índice mais elevado de inteligência digital, ressalta que essas habilidades estão intrinsecamente ligadas a valores como integridade, respeito e empatia porque eles permitem que os indivíduos saibam como usar a tecnologia de forma sábia e responsável.
Com novas plataformas e tecnologias surgindo a cada dia, para sobreviver nesse cenário as pessoas precisam entender como processar, filtrar e utilizar essa mobilidade digital de forma saudável e eficiente. Daí a importância de se desenvolver uma inteligência focada nestes aspectos.

Os perigos da falta de inteligência digital

O sistema educacional atual pouco ou nada ensina sobre inteligência digital. Por um lado, crianças estão crescendo em um mundo digital sem o devido preparo para lidar com os desafios que esse contexto apresenta – tais como cyberbulling e fake news. Por outro, no mundo corporativo, isso se reflete em profissionais com baixas habilidades para entender e se adaptar às mudanças provocadas pelas evoluções tecnológicas.
Inteligência artificial, realidade aumentada, impressão 3D… Não importa qual é a inovação da vez. Mais do que aprender a usar as novas tecnologias, é importante compreender o contexto do surgimento das novas ferramentas, saber de que forma elas podem ser úteis no seu mercado e ter a capacidade de moldar-se ao novo cenário proposto. É disso que se trata a inteligência digital para profissionais e empresas.
Aqueles que não tiverem essa capacidade técnica, mental e social para analisar, entender e ajustar-se às movimentações causadas pela evolução digital, certamente estarão em desvantagem no mercado.
Para Rodrigo Sahd, General Manager da Foursales group, essa formação focada em tecnologia também é crucial para os cargos de liderança na área de vendas. “Os gestores comerciais de alta performance já estão tendo que desenvolver habilidades diferentes das que desenvolveram durante as últimas décadas, perdendo o escopo centenário de liderança carismática e alta habilidade de negociação para ganhar rapidamente um escopo baseado em marketing e TI”.

Níveis de inteligência digital

Segundo o DQ Institute, existem três níveis de inteligência digital, que fazem com que as pessoas possam efetivamente compreender as novas tecnologias e criar oportunidades a partir delas. São eles:


1 – Cidadania digital. Diz respeito à habilidade de usar mídias e tecnologias digitais de forma segura, responsável e efetiva.
2 – Criatividade digital. Diz respeito à capacidade de se tornar parte do ecossistema digital, usando ferramentas digitais para criar conteúdo e transformar ideias em realidade.
3 – Empreendedorismo digital. Diz respeito à habilidade de usar tecnologias e mídias digitais para resolver problemas globais e criar novas oportunidades.
Esses parâmetros são utilizados pelo DQ Institute para formar crianças e adolescentes mais preparados para enfrentar o mundo digital. No entanto, também podem ser aplicados no preparo de profissionais que já estão no mercado de trabalho, ajudando a guiar seu desenvolvimento rumo à inteligência digital.
Além dos profissionais, empresas em diferentes mercados precisarão de inteligência digital para adaptar seus modelos de negócio, conseguir se manter relevantes e enfrentar as transformações causadas pela evolução tecnológica.

Mas como saber o nível de Inteligência digital na sua empresa?

Um estudo realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) analisou mais de 250 empresas em todo o mundo para entender os fatores que levam ao sucesso ou ao fracasso das organizações que passam por uma transformação digital.
A pesquisa revelou que a inteligência digital de uma empresa é formada por quatro dimensões, que integram 18 práticas de gestão. A presença desses fatores faz com que uma empresa tenha um quociente digital maior, o que indica que está mais preparada para enfrentar as transformações digitais:

1 – Dimensão estratégica

A estratégia digital da empresa precisa:

  • Estar centrada nas necessidades dos consumidores;
  • Estar alinhada aos objetivos gerais da organização;
  • Ajudar a prever disrupções tecnológicas importantes no seu mercado;
  • Ter foco no longo prazo.

2 – Dimensão cultural

A cultura da empresa deve:

  • Contribuir para aumentar a capacidade de mudança da organização;
  • Acelerar o processo de decisão;
  • Promover um ambiente propício a testes e aprendizados;
  • Incentivar a colaboração interna entre diversas áreas;
  • Proporcionar a colaboração com parceiros externos para desenvolver novas soluções.

3 – Dimensão organizacional

A estrutura da organização precisa ter:

  • Responsabilidades e cargos focados no digital;
  • Presença de talentos e líderes digitais;
  • Governança e indicadores de performance digitais;
  • Priorização de investimentos em estratégias digitais.

As empresas com inteligência digital focam nas seguintes habilidades:

  • Tomada de decisão baseada em análise de dados;
  • Integração do atendimento ao consumidor em diferentes pontos de contato;
  • Criação de conteúdo digital;
  • Automação de serviços para clientes e do backoffice;
  • Arquitetura e gestão de TI.

Esperamos que essas informações possam inspirá-lo a buscar uma formação e uma gestão cada vez mais focada na inteligência digital para poder enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades causadas pelas transformações tecnológicas do presente e do futuro.

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