Quando tinha 22 anos, Scott Dinsmore começou a trabalhar em uma gigante listada na Fortune 500. Cheio de ideias e motivação, pensou que por estar em uma das maiores empresas do mundo, teria a chance de causar um impacto real no mundo.
Porém, alguns meses depois, percebeu que seu trabalho não estava alinhado ao que ele imaginava. A angústia era tanta que todos os dias, às 10h da manhã, tinha vontade de bater a cabeça no monitor, pois não gostava nada do que fazia.
Para piorar, nesse momento também descobriu que concorrentes da empresa em que trabalhava já estavam automatizando a função que ele era pago para desenvolver. Em meio a tudo isso, ele ouviu o seguinte conselho de um colega de trabalho: “Não tem problema não gostar do seu emprego atual. Você está construindo seu currículo.”
Inconformado com essa tese, começou a pesquisar alternativas para a carreira, e encontrou a seguinte frase de Warren Buffett, o maior investidor do mundo: “Aceitar empregos para construir o currículo é o mesmo que deixar para fazer sexo na velhice.”
E ele não precisou investigar muito para descobrir que não estava sozinho. A quantidade de pessoas infelizes em seus trabalhos era enorme.
Você se identifica com isso?
Foi então que começou a aprofundar sua investigação sobre como ser feliz no trabalho. Entrevistou diversas pessoas que faziam um trabalho inspirador e leu muitos livros sobre foco, carreira e empreendedorismo. Em seus estudos, descobriu que existe um padrão de três elementos que as pessoas apaixonadas e realizadas profissionalmente têm em comum. Segundo Dinsmore esses fatores funcionam como uma bússola quando atuam em harmonia.
Três coisas em comum entre quem é apaixonado pelo seu trabalho
1 – Entender a si mesmo
Já parou para pensar sobre o quanto você se conhece? Para exemplificar essa questão, vale lembrar um trecho de Alice no País das Maravilhas, livro de Lewis Carroll.
Quando Alice estava perdida e sem saber o que fazer diante de uma estrada que apresentava dois caminhos à sua frente, pediu ajuda ao Gato Risonho, que disse: “se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve”.
Para Dinsmore, “o primeiro passo para ter um trabalho apaixonante é se tornar um especialista em si próprio e entender a si mesmo, pois, se não souber o que procura, nunca vai encontrar. E a verdade é que ninguém vai fazer isso por nós. Não há curso em universidades sobre paixão, objetivo e carreira.O primeiro passo é descobrir nossos pontos fortes, quais são as coisas que acordamos adorando fazer, quer sejamos somos pagos ou não, coisas pelas quais nos agradecem?”, indaga.
2 – Valores
O que importa para você e do que você não pode abrir mão? Que valores o movem? Essas reflexões são o ponto de partida para a sua realização profissional. “Qual é o seu padrão ou hierarquia para tomar decisões? Você precisa saber como tomar essas decisões e descobrir de que é feita sua alma, para não vendê-la a uma causa a quê não dá a mínima”, pontua.
3 – Experiências
Você costuma refletir sobre o que o faz feliz? O que o aborrece? No que você é bom? No que é péssimo? Segundo Dinsmore, questionar-se periodicamente sobre esses temas é o terceiro elo em comum das pessoas realizadas profissionalmente. “Quando começamos a organizar essas coisas, conseguimos então definir o que significa ‘ter sucesso’. Sem entender isso bem, acabamos tendo a vida previsível que todo mundo parece estar vivendo, subindo essa escada para lugar nenhum.
Ao adquirirmos essa visão, podemos começar a identificar o que nos faz sentir vivos. Sem isso, uma paixão pode bater à sua porta, ou surgir em seu trabalho, e você pode colocá-la de lado, pois não sabe como reconhecê-la. Mas, ao identificá-la, consegue ver congruências com seus pontos fortes, seus valores e a pessoa que você é”, orienta.
Com quem você tem se relacionado?
Outro ponto crucial, que pode definir o que vai fazer você alcançar seus sonhos ou estagnar na carreira tem a ver com as pessoas que fazem parte de sua vida. Você já se perguntou se as pessoas que estão ao seu redor estão alinhadas ao que você deseja para a sua vida? O palestrante Jim Rohn é autor de uma frase instigante: “Você é a média das cinco pessoas com as quais passa a maior parte do tempo.” Lembrar-se disso é um exercício poderoso para os seus objetivos.
Foque no que você tem controle
Existem muitas variáveis na vida que não podemos prever. Não sabemos quando será a próxima crise econômica, se seremos demitidos hoje ou se iremos sofrer um acidente amanhã. Por outro lado, todos os pontos que foram abordados nesta reflexão têm em comum o fato de estarem 100% sob seu controle. “Ninguém pode lhe dizer que você não pode aprender sobre si mesmo que não pode superar seus limites, conhecer o seu impossível e ir além; que não pode se cercar de pessoas inspiradoras ou fugir de quem o puxa para baixo. Essas coisas dependem só da gente, e podem mudar nosso mundo, se decidirmos fazer algo a respeito”, finaliza Dinsmore.
Se deseja ouvir e se aprofundar no debate que trouxemos hoje, sugerimos que assista ao TED em que Scott Dinsmore fala em detalhes sobre como encontrar um trabalho que o faça se sentir realizado.
O sucesso é uma definição pessoal. Qual é a sua? Você se sente realizado e caminhando na rota de seus sonhos?